O Pivô Central

Um dos principais equipamentos de irrigação presente no Oeste da Bahia é o pivô central. A água é aplicada por uma tubulação suspensa com o centro fixo e torres metálicas triangulares montada sobre rodas que se movem acionados por motores elétricos. Dessa forma, cria-se assim uma área de característica circular onde a cultura é cultivada.

O sistema é alimentado por um conjunto motobomba que é responsável por levar água pressurizada para todo o sistema. Ao longo da tubulação sobre a área a água é aspergida por emissores cuidadosamente dimensionados para aplicar uma lâmina de irrigação uniforme. No Oeste da Bahia as áreas dos pivôs centrais variam muito, podendo chegar a áreas ate 350ha.

Em determinadas épocas, o pivô é o único responsável pelo suprimento de água para as culturas. Contudo em outros períodos a precipitação natural pela chuva é a mais comum. Porém, na presença de veranicos, que se caracteriza por longos períodos sem chuva, chegando a mais de 40 dias. O pivô central terá a função de salvamento, de tal forma que a água sirva para que a cultura passe esse tempo sem sofrer com o stress hídrico. Portanto podendo expressão sua máxima capacidade produtiva.

Apesar de sua imensa importância para uma produção sustentável, muitos equipamentos são negligenciados. Normalmente somente as manutenções corretivas são realizadas. Raramente sua pressurização e uniformidade de água é checada com a devida frequência. Ao se evitar tais avaliações, a cultura apresentará uma queda de produção. Primordialmente esse problema ficar restrito à partes pequenas ou escondidas da lavoura, podendo passar despercebido pelo produtor. Além disso, os operadores podem começar a aplicar lâminas excessivas para tentar contornar problemas localizados, causando excesso de irrigação.

Avaliação

Uma das primeiras ferramentas que utilizamos para determinar tais problemas na aplicação de água são as imagens de satélite(você pode ver nosso artigo aqui sobre o assunto). Tais imagens não devem descartam a necessidade de avaliações, pois problemas de uniformidade podem ser mascarados com a aplicação de água em excesso.

Ao se avaliar um equipamento de pivô central o primeiro passo é conferir a pressurização em todo o sistema. Assim temos que começar pelo conjunto motobomba indo até o ponto mais extremo do equipamento. Nessa checagem é imprescindível que seja feita no ponto mais alto, de tal forma que ele esteja na posição critica de pressão.

Avaliação pressão
Avaliação de pressão no vão em balanço

Logos após a checagem de pressão é a hora de conferir a distribuição dos bocais. Estes são responsáveis pela distribuição uniforme de água. Cada pivô possui uma distribuição especifica destes. É levado em consideração o espaçamento entre as saídas, tamanho do pivô e da lâmina de aplicação do pivô. Portanto tal distribuição deve estar correta e seguir um mapa de distribuição de bocais de forma fidedigna.

Avaliação de lâmina Pivô central
Avaliação com coletores para conferencia da uniformidade de aplicação

Outra parte importante na avaliação são as válvulas reguladoras de pressão. Elas estão presentes em cada saída antes dos emissores. A pressão ao longo do sistema não é uniforme. No centro do equipamento temos uma pressão muito maior que na sua extremidade. Portanto essas válvulas possuem a função de manter essa pressão uniforme para que os emissores possam ser dimensionados e que a sua aplicação de água seja condizente com a sua posição. Quando esta ultrapassa da sua vida útil ela perde a capacidade de controlar a pressão, assim fazendo com que o bocal aplique uma quantidade de água maior que o projetado. Por isso pode haver uma queda de pressurização no restante do equipamento.

Redimensionamento

Depois desses pontos checados o último passo é a conferência da lâmina de aplicação. Normalmente se utiliza coletores de água ao longo do raio do sistema em espaçamento que pode variar de 2 à 3 metros. Com esses coletores instalados em campo, passa-se o pivô aplicando água sobre eles e então se faz a coleta da lâmina aplicada. Posteriormente se faz um levantamento dessa distribuição com a ajuda de softwares para se determinar índices de distribuição de água.

A avaliação resultará em um laudo especifico para cada equipamento. Normalmente pequenas modificações e adequações são necessárias para a regularização de problemas encontrados no pivô. Certamente em casos mais extremos é necessário um redimensionamento. Este consiste na mudança da distribuição dos bocais, trocas de válvulas e/ou até mesmo na mudança do conjunto motobomba.

Dependendo da situação pode ser feito um redimensionamento para o aumento de lâmina do pivô, sendo este serviço muito procurado por produtores que possuem um equipamento com lâmina baixa.

Uma resposta

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *